O Banco da Inglaterra e o Tesouro de Sua Majestade começam a trabalhar para criar o Britcoin. Em princípio, a moeda digital não substituiria o dinheiro, mas seria um meio de pagamento adicional disponibilizado não apenas aos empresários, mas também às famílias. E-pound (Britcoin) é para mostrar, entre outras coisas, que a economia britânica é inovadora e, apesar do Brexit e da crise relacionada à pandemia, ainda competitiva.
O Banco da Inglaterra e o Tesouro de Sua Majestade são as duas instituições financeiras mais importantes do Reino Unido. A força-tarefa lançada por eles é para verificar como a introdução de uma moeda virtual - o Britcoin - pode fortalecer o país após o Brexit. Uma das suposições subjacentes é que o dinheiro digital britânico seria indexado para evitar os movimentos radicais da taxa de câmbio que costumamos ver no mercado kryptowalut.
- O interesse das instituições financeiras britânicas na introdução da criptomoeda nacional não é surpreendente. Afinal, não é o primeiro país a pensar em descentralizar as finanças nacionais. Vemos movimentos semelhantes na China, e o governo Joe Biden está olhando cada vez mais favoravelmente para essas soluções. Além disso, o Reino Unido após o Brexit deve buscar novos desafios econômicos e mostrar que sua economia e a cidade de Londres ainda são competitivas e inovadoras - enfatiza Marcin Wituś, CEO da Geco.one - uma plataforma para negociação de ativos digitais Geco.one, que é membro da Câmara de Comércio Polonesa-Estônia.
A competição privada está muito à frente
Uma força-tarefa britânica consultará o projeto com instituições financeiras, varejistas, empresas e consumidores em um futuro próximo. Conforme enfatizado pelo Banco da Inglaterra, a moeda digital não substituiria o dinheiro, mas seria um meio de pagamento adicional disponibilizado não apenas aos empresários, mas também às famílias.
Graças ao uso da tecnologia blockchain, as moedas digitais permitem que indivíduos e empresas façam transações sem qualquer interferência de "intermediários", como bancos ou governos. - Ser inovador é uma coisa, mas os bancos centrais estão preocupados com a popularidade crescente de criptomoedas como o Bitcoin. Moedas eletrônicas já estão se tornando sistemas de pagamento importantes e podem substituir moedas padrão como a libra no futuro - adiciona Wituś.
Como aponta o fundador da Geco.one, de vez em quando ouvimos sobre o surgimento de outra iniciativa popular que fortalece o mercado de criptomoedas. Wituś lembra, inter alia, sobre a moeda introduzida pelo Facebook ou o fascínio pelo mercado de criptomoedas, que é visível nas declarações e ações de Elon Musk, que em 2021 investiu cerca de 1,5 bilhão de dólares na compra de bitcoins. Isso definitivamente aumenta a consciência pública e leva os governos em todo o mundo a explorar como uma moeda digital apoiada pelo banco central pode funcionar na prática.
Britcoin vai atingir gigantes da tecnologia?
- A criptomoeda Britcoin introduzida pelo banco central é, em primeiro lugar, uma resposta à demanda real do mercado financeiro por uma nova forma de dinheiro, mas também uma oportunidade para as instituições públicas reduzirem o risco de pessoas ficarem dependentes de fazer pagamentos por meio de intermediação de gigantes globais de tecnologia e empresas de cartão. A introdução em circulação das moedas digitais do estado significará a sua centralização, ou seja, os principais ativos serão protegidos pelo estado e instituições financeiras - comenta o CEO da Geco.one.
Como os autores da força-tarefa apontam, o passo em direção à criptomoeda nacional é estimular o desenvolvimento de fintechs, mudar as fronteiras das finanças digitais e aumentar sua eficiência. Eles também citam o relatório de 2016 sobre moedas digitais. Naquela época, a Positive Money - uma organização para reformar os bancos centrais e introduzir ferramentas alternativas de política monetária - disse que a adoção da moeda digital aumentaria o número de ferramentas monetárias que os bancos ou políticos poderiam usar para estimular o crescimento econômico. Ressaltaram, ainda, que a substituição da moeda digital tradicional pode permitir uma redução significativa nas taxas de juros, podendo também ser utilizada como forma de aumentar a demanda agregada, podendo permitir a estabilização dos preços.
A China já é a primeira
A criação de uma força-tarefa britânica não é surpreendente quando você olha para o outro lado do oceano. Lá, em março, Jane Yellen - a secretária do Tesouro dos EUA - enfatizou que os Estados Unidos deveriam levar em consideração o sentido de introduzir o dólar eletrônico. Ela também admitiu que o dólar digital poderia permitir pagamentos mais seguros, baratos e rápidos. E em abril, o deputado Jerome Powell - em entrevista à CBS - acrescentou que o Fed está estudando de perto o desenvolvimento do dinheiro digital, mas ainda não decidiu se continuará trabalhando na introdução do dólar eletrônico. Powell também destacou que o Banco Central não emitirá um dólar virtual sem a aprovação do Congresso, o que pode estender significativamente todo o processo.
Ao mesmo tempo, o trabalho também está em andamento em alguns estados para permitir que as criptomoedas sejam mais amplamente admitidas no mercado financeiro tradicional. Um deles é o Texas, que quer se juntar ao estado de Wyoming e reconhecer o Bitcoin e outras criptomoedas como moeda legal.
No entanto, o trabalho mais avançado sobre a introdução de uma moeda digital nacional continua na China. E-yuan não é mais apenas uma solução baseada em papel, já é um serviço compensador. Em janeiro, 100 pessoas na região de Shenzhen receberam um total de 000 milhões de yuans digitais na loteria. ATMs também foram estabelecidos na província para converter moeda digital em dinheiro.
Também países como Rússia, Japão, Israel e Suécia estão trabalhando ativamente na possível introdução de moedas nacionais. Na Estônia, por outro lado, o projeto “Estcoin” foi suspenso, mas os trabalhos de uso da tecnologia até o momento blockchaindeseja converter lá para a criação de uma assinatura eletrônica.